Cenário chuvoso em Petúnia, distrito de Nova Rezende, em 19 de novembro. Nunca foi tão real a afirmação: “Dia gostoso para se estar deitado”. Entretanto, a labuta é um martírio de todos, pelo menos, em uma ocasião de monotonia até em horas de trabalho, emerge, assim, o lado criativo pessoal. Pensar que minha avó já dizia que mente vazia, condomínio do diabo, embora os personagens desta história literária jornalística acabassem por reverter a significação dessa frase que inclui o pai da mentira.
Bruno Paulino, frentista em um posto de combustível em Petúnia, transformou um momento de simples excitação temporal e climática em uma cena, com traços individuais e realísticos, igual àquela do episódio do Pica-Pau: Vamos às Cataratas. Aqueles que tivessem participado da produção audiovisual nem sequer compareceriam às cataratas do Niágara, apenas apresentaram um simulacro do acontecido, de 1956, de o Pica-Pau.
Eu, o jornalista Gabriel Fécchio, haveria de receber o vídeo em meu celular através de uma amiga.
Inicia-se, 20 de novembro:
Gabriel: – Ana Paula, este pessoal que está no vídeo é de Mococa?
Ana Paula: – Não!
Então, vamos até a fonte. Era fácil, nasceu no Facebook. Um compartilhamento, logo, os responsáveis pela criação estariam em um perfil longínquo de mim. Entre os cinco participantes, escolhi o perfil de Bruno. Não demorou para que me respondesse; um homem bastante educado e carismático.
Gabriel: – Bruno, de onde surgiu a criatividade para se fazer o vídeo?
Bruno: – Foi algo instantâneo. Estávamos no serviço, todos de capa amarela – eu, o Regis Alves, Renato Prass, Elaine Magalhães e o Benjamin; com um Baril, mais a chuva e o movimento parado do bairro, e alguém mencionou os personagens de o Pica-Pau.
Em “Vamos às Cataratas”, Pica-Pau tenta descer o Niágara em um barril, porém é impedido pelo guarda responsável pela área, que desliza as grandes cachoeiras enganado pelo pássaro. No episódio de Bruno, as cataratas eram as águas que escorriam em contato ao meio-fio, e o barril não carregava ninguém. Bruno diz que tinha um candidato.
Gabriel: – Em o Pica-Pau, tinha o guarda para se opor ao ato do pássaro, e no caso de vocês?
Bruno: – Tinha sim, o Alan Parrudo, mas a água não deu conta de tocar.
Ironicamente, tão irônico como a conversa entre mim e o Bruno, foi a reação de todos eles quando o vídeo se tornou sucesso. São milhões de visualizações em alguns dias. E eles acham engraçado e estão felizes. Para mim, já são mais de horas acordado para fazer este texto e pesquisar além do fato. De forma teórica, as Cataratas norte-americanas atraem muitos turistas, e a última vez que uma pessoa desceu em queda livre foi em 1990. As leis proíbem; é ilegal. O brasileiro consegue mais. É legal, criativo, foi lá no município de Nova Rezende, Minas Gerais.
A fórmula é – criatividade, cinco brasileiros, capas amarelas, um barril e muita, mais muita chuva. Observe, São Pedro se enraiveceu pois a água transbordava a calçada. “Bruno descreve que os efeitos especiais foram cedidos por São Pedro“. Aliás, época do ano que chove demais em Petúnia. Em São José do Rio Pardo também tem chovido. Pouco, mas choveu.
Pensamento: – Fiquei preocupado. Minha mãe pediu para retirar os aparelhos da tomada.
Falava com Bruno pelo Facebook; se trovoava, não poderia desligar o computador nesse instante. Tudo começou com a chuva, por que terminar agora?! Bruno, Elaine, Regis Alves, Renato Prass, Elaine Magalhães e o Benjamin confirmam a mesma ideia, um novo vídeo em breve. Talvez, faça jus estas palavras – precisaria iniciar este novo texto – Os brasileiros das cataratas de Pica-Pau, e isso tudo ocorre “Quando a pessoa assiste muito Pica-Pau”.
Eu sou seu jornalista de sempre, Gabriel Fécchio!